sábado, 9 de novembro de 2013

Anônimo que eu não sei quem é...

Eu não sei o que aconteceu, mas nada mais escorre como antes. Apesar de eu poder escutar o som de uma gaita daqui, de ser ainda por volta das três da madrugada, desta estar encantadora, algo mudou, a densidade desse sangue talvez, eu sei lá. O pensamento muito lento, não natural. O som da gaita é um dos mais lindos que já ouvi, ele me deixa bem, calmo, junto com o som do beijo da menininha que está dormindo agora. Eu espero explicar tudo, longe de mim te deixar confuso, é que as vezes eu realmente não sei o que fazer. Também, estamos perdidos.
Esqueça sobre as mulheres que eu já disse, não tem nada a ver com a garotinha. Apenas lembre da Suh, sim, ela é uma mulher anônimo, a única importante a se lembrar. Estas estrelas levam o pensamento para longe, épocas distantes, cada "ela" deve ser uma mulher que não faz diferença agora. Conheci muitas mulheres, escrevi, nada mais do que isso. Nenhuma delas irá me ajudar a salvar esta menina pobre. Explicado?
Eu e ela, a menina, ainda estamos vivos, não sei como. Eu gosto muito de ver o dia amanhecendo. A manhã, os primeiros barulhos deste vilarejo, sons das pessoas abrindo as janelas, queimando lenha. As vezes digo algo muito errado, se eu pensasse melhor antes, ou continuasse calado, as coisas seriam melhores talvez. Eu não me importava do pouco movimento das pessoas, mas isto está aumentando. Não gosto de ver muita gente. Acontece assim de se esperar alguém que não apareça, e isto entristece a gente. Esperar é algo complexo.
Isto é somente uma explicação, nada mais, ainda estamos pelos cantos. E eu ainda não a salvei. Ainda estamos em território inimigo, dentro da jurisdição onde somos considerados fugitivos. E precisamos sair para fora destas fronteiras, isto é o que quero da vida, sair desta prisão. Neil Young. Acho que não posso mais ficar aqui, preciso sempre mudar de lugar, se não me acham. Vou arranjar algo de comer para ela antes de irmos.

Nem pão, nem leite

Pensei em escrever. Há muito tempo isso não acontece de fato. Os anos passaram, algumas coisas mudaram e outras não. A civilização continua...