sábado, 11 de maio de 2013

"Registro indireto...



Naquele momento, onde todos estavam se abraçando, e minhas mãos estavam paradas, eu talvez não estivesse mais pensando em nada. Saudade. Do digitar lembra? O som estava alto. E tudo aparecia e desaparecia como se respirava, em segundos, apenas errando. Segundos atrás... Tudo era rápido, e esta velocidade muda, como a razão, que uma hora está presente e em outra, já sumiu como quem veio para confundir somente. Ah, me lembro daquelas pessoas que talvez façam o mesmo que você, ou melhor dizendo, talvez você faça o que elas fazem tão bem. Não. Na verdade como há muito tempo você disse,(lembra?) isso daqui é pra ninguém. É somente uma... Como posso dizer, uma conversa com a folha. E quando não há ninguém, tudo flui, os dedos trabalham incansavelmente, sincronizados, rápidos, e é tão bonito ver o som deles apertando cada tecla rapidamente. Rumo, sempre quero colocar um sentido, uma direção pra onde tudo o que você lê, passe, fique ou não. O que vai ficar? Nada. Mas vai uma noite, como aquela outra, em pouco tempo noites marcantes, que fizeram registros novos surgirem. É, não pense, sim, você esta pensando em ler. Apenas registre, não tenha medo se vai deixar algo, que não deixe nada, não importa. Desculpe. É que estão rápido as coisas. Não sei o que pensar, eu precisaria diminuir um pouco o ritmo para pensar melhor. Uma coisa, vá devagar. Pronto, ajudou quem leu, agora dá pra parar de se preocupar? Não? Então, te deixo ai. Se tudo fosse guardado, as coisas seriam diferentes. Acho que já deu. Ou outros ficam pra mais tarde. A madrugada esta começando, fria e misteriosa, mas com um cobertor eu me aconchego em uma cadeira e fico observando ela passar lentamente, e relembrando dos momentos que aqui estão registrados, mesmo eu nada dizendo, sei que as palavras me lembraram da noite, esta noite. Vou pegar uma blusa mesmo, já volto...

Sabe, prefiro ler aqueles lindos textos, poemas, contos e tudo mais. E fico admirando, pensando em como deve ser legal fazer aquela tão linda arte. Seria legal... Mas eu fico aqui, quieto no meu canto com meus desanimadores registros. É legal até. Será um dia capaz daquilo? Ah, sei lá. Acho que não. Mas assim, eu vou aprendendo a lidar com isso, a me confortar apenas com esta cadeira.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

"Escuro...



Realmente era muita coisa, inúmeras folhas espalhadas pelo chão, não tinha como desviar. Ia aos poucos passando, levemente pisando na tentativa de não amassa-las, muito lentamente e pensando.  Chego ao sofá, me sento pegando uma delas para ler, enquanto que ao canto na mesinha ele escrevia.
Quando fui me dirigir os olhos já fascinados pelo ambiente a folha, uma duvida me aparece. Deve ter sido aquele piso bagunçado pelo branco. Meu raciocínio estava muito lento, eu estava desligado e tudo parecia tão calmo e interessante. Por que escrevendo? Se ali, no meio daquele espaço físico, havia já tanta historia. Não entendia. Pensei em perguntar. Eu sou quieto, ele também, muitas das nossas conversar eram apenas silencio. Drogas. Havia ali. Muita coisa habitava aquela linda e sombria sala. Preferi o silencio, li o texto. Era uma carta, uma linda carta de algo que parecia ser uma despedida.  Eram muitas folhas, não iria permanecer ali, a ler todas elas enquanto ele, com toda a calma do mundo e usando de palavras simples, escrevia. O que posso fazer? Ele parou o lápis, se levantou e foi até a geladeira. Segui seus passos. Parece que algo vai acabar. O leite talvez, ou aqui mesmo...

Nem pão, nem leite

Pensei em escrever. Há muito tempo isso não acontece de fato. Os anos passaram, algumas coisas mudaram e outras não. A civilização continua...