segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pães molhados no leite...

Eu não sei porque só gostaria de escrever, mesmo cansado de nada, com pouca luz; mesmo parando, mesmo com a mente ali, inquieta. É por isso, eu preciso fugir de mim, como sou chato! Queria um texto grande, mas assim não leriam, mas por que diabos isso importa?  Isto aqui não é para ninguém ler, é uma fuga secreta, que ridículo! Talvez diga tudo em uma linha, uma folha, qualquer coisa, mas quanta coisa já escrevi em minha mente!
O céu está cinzento acho, branco, está chovendo, nem azul e nem escuro. Oi caderno, só para tu eu quero contar, imaginar público diferente seria loucura. Este ano? Não quero dizer muito. Eu? pouco sei, nada praticamente e isso me entristece. Queria ser igual a Becca, ela é muito inteligente e esforçada, admiro. Eu só desconfio de muita coisa, quase tudo. Será que é bom desconfiar? Para que se tornar sábio se a fome nos países africanos eu não poderei acabar.
O que mais me entristece são duas coisas: A fome e ver a Becca mal. Como uma pessoa pode ir dormir bem ou feliz com fome, sem mesmo esperança de que amanhã irá comer, ou sobreviver? Como? Isto é simplesmente um absurdo com que todas as pessoas do mundo convivem como se fosse normal. Ninguém liga quando falo, como pode? É desumano, como vivemos todos nossos dias sem fazer nada, sendo manipulados como marionetes por aqueles que lucram com a fome, e ainda sermos chamados de humanos? Que sentimos, que somos animais diferenciados? É que faz tudo parte do plano, a fome, a guerra. Assassinar prefeitos obviamente não faz, é por isso que tudo se torna um caos. A maioria das pessoas só procura viver e guerrear por poder, quer aceite ou não. O mal está dentro de cada um, eu sou mal. Uma coisinha dentro da minha mente que fica na parte de trás, disse que espera que o que está aqui, faça algum sentido para alguém. Eu mandei ela ir dormir, pra que esperar?
É que eu queria as vezes ser escritor, ser bom nisso. Escrever de tudo e tudo mais. Mas que nada, acho que não dá certo mesmo. Lembra do final do ano? Então, tenho escrito pouco, e isso me entristece, sabe, não gosto disso.
Enfim, a segunda coisa que me entristece muito é vê-la se sentindo mal, isso acaba comigo. O pior é quando não posso fazer nada. Estar apaixonado é realmente complicado, pensar muito em uma pessoa, ver as coisas diferente da realidade. Eu sei que sou tolo por isso, e como sou. Guardar isso tudo para mim seria melhor. Adjetivos que nada explicam, uma tampa jogada ao canto enquanto agora tenho um pouco de luz. Queria fugir disto, desse amor que fica dentro do meu corpo e quer fazê-lo explodir, correr para todos os lados, o sentimento egoísta que quer ser maior que tudo neste universo pequenino, onde nós somos grãos de areia ou aquela letra que falta na escrita rápida.
E eu aqui... Com os pontos, a caneta daora, o caderno amigo sujo de sangue, os rabiscos, a chuva, o fascinante silêncio, o pensamento no texto que a separação das palavras era errado e eu achava tão fofo e lindo isso, tudo naquele diário rosa. Desculpe por tudo.
Eu e tudo isso aqui, sem terminar de contar as coisas, sem escrever especialmente para Clara, sem escrever uma linda carta de amor para Becca, sem dizer algo que fizessem me espionar. Sem estudar, sem ler direito, sem viver. Não te disse o que houve com a garotinha no deserto. Eu pouco sei garoto do trabalho de geografia. Interessante são algumas coisas neste mundo, mundão, Sertão. As nossas almas. Sinceramente eu queria terminar de contar tudo, mas não sei como. Se eu sumisse de onde estou, e sei lá mais o que, eu terminasse. Términos... O que é um beijo se não quando dois amores se encontram, se sentam juntos no banco da praça, um com o outro? Isto somente para mim, cada um é um, e depende da loucura, se não és louco, pertence ao conjunto dos normais, dos todos, usufrua do capital. O meu livro será sobre ele, aquele que passou alguns anos preso. Um detento? Sim, o pegaram acusando-o de que suas faculdades mentais não estavam em perfeito estado. Sim e não, o resto é manipulação. O relógio está funcionando, quero dormir e continuar a falar, a quem quero enganar que escrevo alguma coisa de útil, seu inútil, palavras de quem muito me criou, mas deixemos de lado isto como a tampa. Eu a amo. Sou folgado, quero viver sem muito esforço, na verdade a maioria quer, eu só digo. E de tanto dizer, nada será lembrado, melhor assim, aqui só tem bobagem. E este é o final de outra enrolação, saca? Sem final legal.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Tempo para enrolar...

Esta é uma simples madrugada. Não a nada a se fazer no momento. Muitas coisas se pode fazer no momento. Depende do seu animo; Como ele está? Eu não o visito há muito tempo. E daí? Acontece que ele tem desaparecido, que muita coisa está se perdendo. Diga-me seu nome anônimo. Para que ler? Isto aqui é aquele velho passatempo que eu sempre encontrava em cima da mesa dele. Perto do café com leite e os biscoitos de polvilho. Na ultima prateleira de cima, aquela única que precisava de um banquinho para alcançar, era nela que ele guardava todos os discos e folhas importantes. Que isso importa? nada, é que caso sua casa pegasse fogo, não daria tempo de pegar tudo de lá, tudo acabaria; Sertão. Preocupo-me muito com o senhor anônimo que irá ler este meu longo tempo em tão curtos minutos. Pela enrolação. Não vejo bebida para que algo aconteça. Na sua casa não havia muitas coisas. O deserto, queria falar dele, estamos longe. A água é preciosa, como qualquer suprimento. Ração e whisky, sério, sem brincadeiras, encontramos algumas caixas num túnel perto da fronteira, devia ser um posto militar desativado. Ou não, a fogueira havia acabado de ser apagada, o que significava que alguém esteve ali tempos atrás. Alguma luz começava a surgir, estranho, como uma ideia, a imaginação florescer, ou algo assim, não sei definir, aquela velha sensação de estarmos sendo descobertos. Um homem com muitos papéis e uma lanterna entrava e passava pela nossa frente sem dizer nada. Extremamente estranho. Aquele canto de poucos metros quadrados abrigava nos três. Ele foi rápido, pegou um velho revólver que estava na por ali e saiu, mas em nenhum momento olhou para nós, agiu como se não estivéssemos ali. Se o relógio da parede estava certo, faltava apenas umas duas horas para amanhecer. Não sou bom em criar histórias para ela dormir. A hora é estranha, as vezes o tempo nos engana, eu posso contar do jeito que eu quiser. Eu não sei se vivo isto, se é sonho, se é lembrança, memórias. Eu gosto delas, devem ser, memórias de noites no deserto. Deserto frio. O livro que eu levava desde que a encontrara perdida, ela não entenderia. Sempre me perguntava o por quê de vivermos nos escondendo daqueles homens armados, analfabetos, sanguinários, pobres, marionetes. Ela entenderia aquele livro mais tarde. Uma hora ela vai crescer, cedo ou tarde. Mesmo pouco, falta algum tempo para o sol surgir, vou tomar este para um planejamento, pensando em desenvolver ideias que nos ajudem a acabar com esse barulho enorme e horrível que não a deixa dormir em paz. Eu quero silêncio para que ela fique bem. Só isso. E estou cansado dessa enrolação que te fez perder tempo, a culpa é sua de me ouvir. Até.

Nem pão, nem leite

Pensei em escrever. Há muito tempo isso não acontece de fato. Os anos passaram, algumas coisas mudaram e outras não. A civilização continua...