sábado, 31 de agosto de 2013

Aquela velha história chata...

Alguma faísca na mente que desperte todos os vírus desta doença mental que vai me fazendo perder a consciência a cada dia que passa. E destruindo o que se tem lá dentro. Significa alívio. Não. Nada nunca significou isso. Eu não entendi como pode existir este meu gosto pela tristeza e sofrimento. Simplesmente não consigo dizer que estou feliz.  Pois não devo, eu não. Há muita fome, miséria. Eles dormem no chão, não tomam banho, se matam todas as horas do dia. Diminuem suas expectativas sem querer. São apenas uma mente que não consegue controlar um corpo enfurecido. E são mal vistos. Eu vou passar alguns dias com eles. Eu pareço não ter amigos. Eu gosto da solidão, do meu quarto escuro. Do whisky velho na mesinha de madeira bem velha ao lado. Ela não é elegante, está caindo aos pedaços. Neste quarto, o encanto esta no que é real. Sem magia. Mas ninguém nunca me entendeu. Por isso sempre escrevi. Nem sempre, as vezes eu não consigo segurar a caneta. As vezes usava ela para outros fins. As vezes me queimava as pontas de cigarro. Este quarto tem um cheiro ruim. Mas costumo deixar a janela aberta para o ar da natureza bem ao lado adentrar. Não deixo a fumaça sair. Eu perdi o caminho em que estava. Nunca estive em algum verdadeiramente. As pessoas me fizeram acreditar em muitas coisas. E eu não sabia o porque daquilo. Este caminho é bom, este outro mal, eram o que sempre me diziam. Deve estudar, deve entrar na faculdade. Eu vou orientar meu sobrinho, mas como um mendigo. Não quero coisas impostas, crenças e costumes, quero possuir meu eu. Odeio muitas compras. E sabe que não possuo mais imaginação? Como não sei mais o que dizer, eu preciso terminar com isto aqui logo. Não que eu queira levar-te a tristeza. Não, quero ver as pessoas felizes, avistá-las bem afastadas de mim festando, se divertindo ao modo capitalista. Mas os que se atrevessem a atravessar a faixa, e se arriscarem a se infectar lendo os livros de meu amigo, que se chocassem com aquilo. Que aquelas palavras os afetassem como um desastre, os deixassem profundamente tristes. Talvez assim, quando eles ao voltarem para a festa, mudassem a vida daquele garoto pobre, cego, das mãos mais queimadas que a minha, que observava a festa pelos cantos escuros. Olhe que acabei de acordar, estou pensando em fumar. Ou não. Aliás, não conte isto, eles podem querer me internar, só porque ainda estou dependente. Não sou, nunca fui, nunca liguei de ser jogado na rua. Perdeu seu calçado, perdeu muita coisa. O começo. Lembrei dela, do seu olhar negro. Não evolui. Posso aceitar que sim, mas hoje, a partir de hoje, não mais evoluirei. Parece-me triste. Mas não é isto que me agrada? Eu já não sei. Sei que da cama posso não sair hoje. Certeza é de que andando corretamente eu não saio. Talvez esbarrando nas paredes eu consiga caminhar. Eu estou envelhecendo muito depressa. Pode este ser meu ultimo dia. E que poderei fazer? Nada, somente vou de moto ao bar, aquele bar. Eu prometo, na próxima conto dele. Eu não tenho medo da minha morte, isto não me preocupa. O que não me sai do pensamento é minha mulher. Ela não pode ficar sozinha sem nada. Com tudo que não tenho. Eu não entendo, nem ao menos li o livro que não deixa a cama balançar. Mas este... este livro, eu não sei o que dizer dele. Eu iria dizer algo mas esqueci. Eu ultimamente não tenho lembrado de nada, minha memória está estranha. Obrigado Suh. Para o velho safado, estilo é tudo. E se eu fosse me arriscar a dizer tudo que admiro nele, morreria assim. Preciso ir, mas já aviso: não existe invasão de privacidade aqui. Eu prefiro a de propriedade particular, de preferência a de um capitalista rico. Edukators... Esperamos e esperamos. Mas digo a este velho, por mais que diga todos, eu me excluo. Não consigo me enxergar dentro desta sociedade. Na verdade, para fugir um pouco daquela festa. Eu não sei dançar. Por isso vou dormir novamente. Eu sei, esta um dia lindo lá fora, pouco me importa. Eu vou dormir, talvez nos pesadelos eu entenda o que sinto...

domingo, 25 de agosto de 2013

Suh, whisky e um bar antigo...

Não entendem que eles não ligam. Ou não conseguem se preocupar. Eu não sei se não querem ou se não conseguem, a verdade é esta. Mas eles sabem? E se soubessem, iriam querer se preocupar? Para que mais uma preocupação? Já não basta as crianças passando fome? E quem então irá se preocupar por todos nós? E se todos eles não quiserem que se preocupem com tais problemas? Se só quiserem comida, e roupa, quem são os escritores para questionar esta fome? Esta falta de prazer. Quem é alguém para culpa-los? E quem somos nós? Os humanos imundos, e limpos. Onde está a diferença de que tanto falam? E as respostas que todos tanto me cobram? E o dinheiro que me falta? Eu queria saber somente onde esta minha cama. A maior invenção. E foda-se quem me acha vagabundo. A diferença está no que se pensa, por isso minha má aparência pode ser desprezível. Mas poucos sabem disto, entendem isto. E se sabem, acham melhor não saber, pois pensar é algo cansativo. E é por isso que estou cansado, e preciso da minha cama. Percebe agora como faz sentido?
Na verdade eu não queria saber sua opinião. Somente queria maior proximidade com ela, para talvez em algum momento de extremo processo pensativo, quando a mente está mais longe do que buracos negros possam imaginar, eu a beijasse. Acho que é isso. Um outro amor um dia volta. Ainda excêntrica. Ela é, como posso dizer, sem dizeres. Ela não é. Gostaria de não ter pensado nela, é muita beleza e sensualidade para que eu possa compreende-la. As bebidas, finalmente eu entendi como será incrível me embriagar com ela. E se algo terminar na cama, me mate, não preciso mais viver. As ultimas lembranças com ela, será tudo incrível, para que eu possa levar para meu túmulo, somente as horas que estive neste quarto com ela. Ou não, não preciso morrer ao me satisfazer, o sofrimento me parece tão encantador, fascinante. Não me convém agora morrer, tenho até medo disto, de não poder entrelaçar seus dedos com os meus, sair do prédio, e pegar a estrada. Dores de cabeça. Ela acabou, quando caímos da moto, um acidente complicado. Destruído, fogo, gasolina, entende... eu consegui salva-la, mas não algo importante. Mas que agora, não importa mais. Ou mesmo não existindo, importe. Mas importar ou não, isto não faz diferença. O que eu me lembro, é de nós dois ali deitados, ensanguentados, imóveis, por horas... Isto para mim, era o que mais significava. Precisávamos de um banho, e é isso que me lembro. Não sei como foi o resgate, se é que ele ocorreu. Como se fosse em um filme, a cena trocou da destruição para a água caindo sobre nós, ao mesmo tempo. O seu lindo corpo nu perto do meu era o meu motivo de ainda continuar vivo. Tocar seu corpo, abraça-la... Aprendi que os pontos podem ser infinitos, muitos, não só três, e não são regras que vão mudar este meu pensamento. Não sigo regras de nenhuma companhia que diz o que está certo ou não. Eu quero que queimem todo aquele palácio, eles são verdadeiros estúpidos. Privam a liberdade de alguns. Eu não deixarei que mandem em mim. Por isso a moto, e a bebida. Com a bebida, eu incendeio aquele palácio, como um verdadeiro esquerdista radical faria. Como meu ídolo faria.
Certo de que eu menti o tempo todo, como agora, eu preciso terminar. Se é muita ou pouca mentira o que eu disse a ela agora, pouco importa. Eu quero maior proximidade, um beijo. E no decorrer, eu disse algo que a encantou, e ela ficou agradecida. Talvez isto nos aproxime, e por mais que ela tenha me feito sofrer, suas palavras me façam esquecer por um momento. Um momento somente. Eu Já escrevi sobre ela, a eternizei em algumas linhas, o que nunca ninguém fez por ela. Ainda sim, quem liga? Ela não liga. Essa é a parte difícil e triste. E de amores se fez uma vida, uma noite em um bar. Conversando com um desconhecido, aprendendo muita coisa. Já é madrugada. E quanto mais perto chega a realidade, mais o encanto da lembrança deste bar diminui. E é por isso que deixo para falar dele num próximo delírio. numa próxima dor. Bêbado... Ela não compreende.

Nem pão, nem leite

Pensei em escrever. Há muito tempo isso não acontece de fato. Os anos passaram, algumas coisas mudaram e outras não. A civilização continua...